A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou uma reclamação disciplinar para apurar a conduta do juiz Wladymir Perri, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT), que ordenou a prisão de uma mãe durante uma audiência na 12ª Vara Criminal de Cuiabá. A mulher, que é mãe de uma vítima de homicídio, foi detida após se expressar contra o acusado no tribunal.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, destacou em sua decisão que o juiz Perri pode ter descumprido o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, estabelecido pela Resolução CNJ n. 492/2023. Segundo o corregedor, houve falha do magistrado em proteger a integridade psicológica da mulher, reconhecida como vítima indireta do delito.
Ministro Salomão apontou que o juiz deveria ter atuado para mitigar os danos sofridos pela depoente, ao invés de intensificar o seu sofrimento ao transformar a audiência em um cenário caótico que resultou em sua prisão. A conduta do juiz também é questionada em relação ao tratamento dispensado à promotora presente, indicando uma possível violação das normas de cortesia previstas no Código de Ética da Magistratura Nacional.
A investigação pretende esclarecer se houve excesso na ação do juiz Perri e verificar se suas atitudes estão em conformidade com as diretrizes judiciais e éticas vigentes.