O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (13) que o ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça, indicado por ele para compor a Corte, é um “freio que colocamos lá dentro”. Bolsonaro afirmou que o “pastor” é capaz de vetar o que chamou de “ativismo judicial” pedindo vistas em processos e garantiu que ele estará com as “pautas conservadoras”.
— Fiz um compromisso durante a campanha, que ia indicar um terrivelmente evangélico para o Supremo Tribunal Federal. E assim o fiz. Indicamos e temos um pastor que também é um ser humano, pode errar, mas tenho certeza: as pautas conservadoras estarão com ele. O ativismo judicial, acredito, não será aprovado porque esse pastor tem o poder de pedir vista no processo. O freio que colocamos lá dentro. — afirmou Bolsonaro em culto da Assembleia de Deus.
Bolsonaro também citou a indicação de Kassio Nunes Marques, o seu primeiro indicado para o STF. Ele ressaltou que o ministro tem “ajudado muito” e que, apesar de não se falarem, ele “sabe o que fazer”.
— A outra vaga que eu tive coloquei um piauense, uma pessoa profundamente conhecedora do que é o judiciário, tem nos ajudado muito. Nem falo com ele, ele sabe o que tem que fazer.
No ano passado, também em referência ao ministro, Bolsonaro afirmou que tinha “10%” dele dentro do STF. Na mesma oportunidade, também afirmou que Kassio já pediu vista em processos que envolvem causas conservadoras para evitar uma derrota. O pedido de vista é um instrumento utilizado quando um ministro quer mais tempo para analisar a ação.
Bolsonaro também afirmou nesta quarta-feira que vai “mudando” e “botando gente que pensa exatamente como nós”. Em um aceno aos religiosos, ele afirmou que jamais indicaria para a Corte alguém que seja “abortista”, que “queira liberar as drogas” ou que ache que “ideologia de gênero é uma coisa banal”.
— A gente vai mudando, botando gente que pensa exatamente como nós, que tem a nossa crença, que acredita em Deus. Jamais indicarei alguém para o Supremo que seja abortista, ou que queira liberar as drogas ou que ache que ideologia de gênero é uma coisa banal.
O Globo