O ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, encaminhou um ofício ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, pedindo que seja dada publicidade a todos os documentos que foram trocados entre as Forças Armadas e a corte eleitoral.
O documento tem potencial de desgastar a relação entre as duas instituições, pois também registra que o TSE não atendeu a um pedido de audiência do ministro.
A ideia é abrir todas as sugestões que foram feitas no âmbito do Comitê de Transparência Eleitoral, colegiado do TSE que debate medidas para aperfeiçoar o sistema eleitoral.
Com a eventual abertura dos dados, as forças pretendem tornar públicas todas as sugestões que foram feitas por elas e como o TSE se posicionou em relação a elas.
No dia 25 de abril, a CNN revelou o documento “Plano de Ação para a Ampliação da Transparência do Processo Eleitoral”, no qual constavam as sugestões de todos os participantes do comitê.
Dentre elas, as feitas pelo comandante cibernético do Exército, general Heber Portella, o representante das forças no colegiado.
Na avaliação de militares com quem a CNN conversou, o Plano de Ação, sintetizado pelo TSE, não dá clareza a tudo o que foi apresentado pela Defesa e abre margem para interpretações equivocadas.
Um incômodo por exemplo é relacionado a “contagem paralela” dos votos por militares, mecanismo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro mas que militares asseguram que nunca foi sugerido por eles.
O ofício da Defesa também registra que o ministro Paulo Sergio Nogueira solicitou ao presidente do TSE, Edson Fachin, uma audiência para expor a situação, mas que não foi atendido.
Procurado, o TSE informou que a audiência com o presidente foi pedida apenas nesta quarta-feira (4) pelo ministro da Defesa.
Já o Ministério da Defesa informou que a reunião com Fachin “foi pedida e confirmada na segunda-feira (2) para ser realizada nesta quarta-feira (4)”.
CNN Brasil