“Foi uma situação tirada do contexto e o vídeo foi editado”. Esta é a justificativa dada pela promotora Dunia Serpa Rampazzo ao Portal RSN. A magistrada se refere ao vazamento do vídeo de uma audiência. Estavam envolvidos 12 réus e 12 advogados. Sem saber que ainda estava sendo gravada, ela comentou: “São bosta esses advogados [sic]”.
Entretanto, embora tenha se desculpado formalmente um dia após o comentário (9), a repercussão continua sendo grande. “Neste pedido de desculpas foi dito que o que foi falado foi razão da exaltação de ânimos e que não reflete minha concepção da classe de advogados. O que foi pra imprensa foi um vídeo editado, não completo, pelo que eu vi”. O pedido de desculpas consta na ata do processo.
Entretanto, tão logo soube do que ocorreu a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB-PR), se posicionou oficialmente. Em nota a OAB repudia a atitude da promotora. Ato que se repetiu com a subseção de Guarapuava.
De acordo com a entidade, a “gravidade dos fatos”, com a publicação em portais de notícias jurídicas e redes sociais, reforça a necessidade do repúdio. Conforme a OAB, isso porque a Promotora deveria ser a primeira a defender a atuação dos advogados para a ampla defesa e do contraditório. Nesse sentido, a Subseção de Guarapuava, disse que vai adotar as medidas necessárias. Ou seja, uma apuração rigorosa da conduta da promotora.
A OAB ainda informou que a Diretoria de Prerrogativas já instaurou um procedimento para apurar os fatos e avaliar as medidas a serem tomadas. A seccional também já oficiou a Corregedoria do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e está avaliando outras medidas cabíveis ao fato.
O desagravo aos advogados atingidos pelas ofensas ocorridas na audiência serão feitas no âmbito da Câmara de Defesa das Prerrogativas da OAB-PR.
A audiência pública em questão ocorreu em 8 de fevereiro deste ano. De acordo com Dunia, trata-se de um processo judicial da 3ª Vara Criminal de Guarapuava. “Foi uma audiência de processo com 12 réus e 12 advogados que durou 9h”. “Foi uma grande operação contra o tráfico de drogas, com 12 réus”. De acordo com a promotora, o processo corre em segredo de justiça.
Conforme a magistrada, a defesa estava repetindo perguntas já respondidas e houve intervenção do Ministério Público. “Houve uma calorosa discussão com um dos advogados que menosprezou as funções do MP. Acreditando que o áudio estava desligado foi dito aquilo, sem intenção de ofender ou que alguém ouvisse”.
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