Reencontrada no último domingo (30) após 45 dias, a cachorrinha Pandora agora é personagem central da ação indenizatória movida por seu tutor, Reinaldo Júnior, contra a GOL Linhas Aéreas e GRU Airport, administradora do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Segundo documento obtido pela reportagem junto aos advogados de Reinaldo, os autores da ação protocolaram nesta sexta (4), pedido de indenização de R$ 336 mil — R$ 320 mil mais R$ 16 mil referentes a gastos em clínica veterinária — ou outra que este Juízo entender cabível, de ambas as empresas, para compensação não somente dos gastos com as buscas da cadela, como também por danos morais.
De acordo com a ação, ficaram apontadas a negligência da empresa aérea, responsável pelo animal desde o ingresso na caixa de transporte, e da administração do aeroporto, que teria criado uma série de impedimentos na busca de Pandora — encontrada por um funcionário da GRU dentro do Terminal 3 após 45 dias.
Em nota encaminhada a Nossa, a GRU Airport informa que:
“A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, informa que ainda não foi notificada, e que se manifestará nos autos do processo.
A concessionária esclarece que, por questões legais e de segurança, só pode autorizar o acesso ao aeroporto e às imagens a partir de solicitação das autoridades competentes. Por fim, reforça que a responsabilidade pelo transporte e manuseio de animais é das companhias aéreas.”
Procurada pela reportagem, a GOL não quis se pronunciar.
O caso
Reinaldo e a cadela Pandora realizavam a viagem entre Recife-PE e Navegantes-SC com passagens de transporte aéreo adquiridas junto a ré GOL quando, em 15/12/2021, ao realizar conexão no aeroporto de Guarulhos, o autor Reinaldo foi informado do desaparecimento da cadela Pandora.
Inicialmente a ré GOL afirmou que a cadela Pandora havia destruído a caixa de transporte. Segundo Reinaldo, ao solicitar a caixa de transporte da cadela Pandora, ela estava em perfeito estado de conservação, contrariando a afirmação da empresa.
As buscas foram realizadas, inicialmente, por Reinaldo sozinho e sua hospedagem não foi custeada por tempo suficiente para o prosseguimento das buscas. Através das redes sociais e de grupos de defesas de animais, Reinaldo e sua mãe seguiram procurando Pandora.
Durante o período até o início de janeiro, a GRU Airport teria apresentado dificuldades para o acesso às filmagens, as quais revelariam que a cachorra circulou livremente pelas dependências do aeroporto durante 40 minutos. Além disso, imagens demonstram que não só houve desistência dos funcionários que buscavam Pandora ao avistá-la, como um deles abriu um portão para que Pandora saísse em direção à rodovia.
Após uma semana do reencontro, Pandora segue internada com quadro de desnutrição e desidratação.
UOL