| 31 janeiro, 2022 - 09:23

Como os advogados de políticos suspeitos são pagos com dinheiro público

 

Sustentadas em boa parte pelo Fundo Partidário, as agremiações políticas se valem dos frouxos mecanismos legais para coibir o mau uso do dinheiro público para bancar gastos extravagantes e propiciar uma vida de luxo a seus dirigentes. Reportagem de VEJA mostra que, além de gastos com jatinhos e hotéis de luxo, há uma despesa que chama

Ilustrativa

Sustentadas em boa parte pelo Fundo Partidário, as agremiações políticas se valem dos frouxos mecanismos legais para coibir o mau uso do dinheiro público para bancar gastos extravagantes e propiciar uma vida de luxo a seus dirigentes.

Reportagem de VEJA mostra que, além de gastos com jatinhos e hotéis de luxo, há uma despesa que chama atenção pelo truque que a autorizou: o custeio de bancas de advogados para defender dirigentes acusados de crimes. Trata-se aqui de um tipo de distorção que só é possível num sistema em que os políticos legislam em causa própria.

Em 2019, o TSE havia determinado que os partidos não poderiam usar o fundo para esse serviço. Mas a lei acabou sendo alterada para permitir explicitamente essas despesas. No ano passado, o Solidariedade transferiu 300 000 reais para o escritório que defende o seu presidente, Paulinho da Força, acusado de corrupção pela Lava-Jato. O parlamentar nega qualquer irregularidade e diz que a contratação da banca por ele, enquanto pessoa física, é diferente da prestação de serviços oferecida ao partido.

O PSD, por sua vez, pagou 407 500 reais ao advogado que defendeu o seu dirigente máximo, Gilberto Kassab, no processo em que ele também era acusado de corrupção pela operação, após delação do empresário Wesley Batista, dono da JBS — o caso acabou indo para a Justiça Eleitoral. O partido afirma que o advogado Thiago Fernandes Boverio atuou apenas no início da ação (embora tenha sido o único defensor registrado no processo) e que o PSD é contra a liberação estabelecida na atual legislação.

Veja


Leia também no Justiça Potiguar

Comente esta postagem: