Um terço das mulheres advogadas do país já sofreram assédio sexual ligado a seus locais de trabalho e cerca de um quarto das advogadas e advogados negros passaram por situação de discriminação racial nos ambientes profissionais em que atua.
Essa foi a conclusão alcançada por uma pesquisa do Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (29/6).
Entre as mulheres ouvidas na pesquisa 33% afirmaram já ter sofrido assédio sexual; entre os homens, o número cai para 8%. Quanto a discriminação por gênero, 35% das entrevistadas disseram que já passaram por alguma experiência do tipo.
O levantamento também descobriu de onde partiram as agressões. Em 18% dos casos de assédio sexual as mulheres afirmaram que a conduta partiu de clientes, enquanto em 17% dos casos foram os próprios colegas de escritório que cometeram o crime. Os chefes assediaram em 16% dos casos; e, para 8% das entrevistadas, o delito foi cometido nos fóruns ou outros ambientes da Justiça.
Quanto ao tema da discriminação de gênero, as mulheres advogadas foram vítimas desse ato nas seguintes situações: 22% por parte de clientes, 20% no fórum ou outro ambiente da Justiça, 17% de colegas de escritório ou do local de trabalho e 13% dos chefes.
Em relação à discriminação racial, 23% entre as pessoas negras entrevistadas, incluindo homens e mulheres, sofreram alguma forma de preconceito.
A pesquisa mostrou que para 17% dos entrevistados a discriminação racial ocorreu dentro dos fóruns, 11% relataram que foram discriminados por clientes, 8% por parte dos chefes e 6% por colegas de escritório.
A pesquisa do Datafolha foi feita por telefone, entre 26 de fevereiro e 8 de março, e contou com a participação de 303 advogados, das cinco regiões do país.
Os resultados foram ponderados por sexo, idade e região, conforme o quadro da advocacia da OAB Nacional. Do total da amostra, 62% dos entrevistados se autodeclararam brancos, 37% negros e 2% amarelos.
Conjur