| 29 maio, 2021 - 12:23

OAB aprova parecer contra ação de Bolsonaro para impedir restrições no RN

 

A Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou nesta sexta-feira (28), um pedido para entrar como parte interessada (amicus curiae) na ação movida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra decretos de Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte que estabeleceram ‘toque de recolher’ e ‘lockdown’ para frear o avanço da covid-19.

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A Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou nesta sexta-feira (28), um pedido para entrar como parte interessada (amicus curiae) na ação movida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra decretos de Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte que estabeleceram ‘toque de recolher’ e ‘lockdown’ para frear o avanço da covid-19.

O argumento é o de que a ‘gravidade’ e a ‘repercussão jurídica da matéria’ justificam a participação da entidade no processo. A medida ainda precisa ser submetida ao plenário da OAB, que vai decidir se aprova ou não a investida.https://89ddbe157424cb2f6d53f81cfffd127b.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html?n=0

O parecer elaborado pelo advogado Marcus Vinicius Furtado Coêlho presidente da comissão, defende a manutenção das medidas restritivas. A justificativa é a de que, salvo em situações ‘excepcionais’, não cabe intervenção federal em atos normativos de governadores e prefeitos.

“Um postulado básico do federalismo é o reconhecimento da autonomia dos entes federados, a afastar a existência de hierarquia ou de subordinação entre eles. Em outros termos, as normas federais não são superiores às normas estaduais, distritais ou municipais. A validade dos atos normativos editados por cada esfera de governo é medida pelo respeito ao âmbito de suas atribuições, delimitado pela Constituição Federal”, diz o documento.

Na ação enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro pediu que uma decisão individual fosse tomada o quanto antes. O presidente afirma que as medidas são inconstitucionais por terem sido decretadas unilateralmente pelos governadores. O argumento do Planalto é o de que as decisões precisam passar pelo crivo do Poder Legislativo para entrar em vigor. A comissão da OAB discorda e diz que a proibição de circulação em períodos específicos não precisam de autorização legal.

“As medidas adotadas são comprovadamente eficazes na contenção do vírus e se destinam precipuamente a proteger a população do contágio, evitando o adoecimento e morte de mais brasileiros”, defende a comissão.

A ação do presidente foi distribuída por sorteio ao ministro Luís Roberto Barroso

Estadão Conteúdo


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