| 27 março, 2021 - 10:03

Advogado que se passou por juiz para tentar furar fila de vacinação nega “carteirada”

 

Um vídeo que circula por redes sociais mostra uma confusão no Centro Municipal de Saúde Vila Canoas, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no último dia 19. As imagens mostram um homem, sem máscara e exaltado, tentando entrar na unidade de saúde com a mulher e discutindo com funcionários. Naquele dia, o

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Um vídeo que circula por redes sociais mostra uma confusão no Centro Municipal de Saúde Vila Canoas, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no último dia 19. As imagens mostram um homem, sem máscara e exaltado, tentando entrar na unidade de saúde com a mulher e discutindo com funcionários.

Naquele dia, o calendário de vacinação da cidade previa atendimento de homens de 75 anos — o advogado tem 70 e sua mulher, 72. O vídeo mostra o bate-boca, e o homem diz ser juiz e faz xingamentos.

“Chama lá [a polícia], chama lá, eu sou juiz. Chama lá, eu sou juiz, seu m…”, disse ao ouvir que alguém chamaria a polícia para controlar a situação.

Ao ser contestado sobre sua postura, ele insistia nos insultos: “Aqui está aberto para cuidar da gente, não para não cuidar da gente, tá entendendo, seu m…? Pode botar na internet”, dizia ao perceber que estava sendo filmado.

A mulher argumentava ainda que deveria receber a vacina por não se adaptar ao uso de máscaras. A equipe do posto de saúde orientou o casal sobre a necessidade do uso do EPI e sobre o calendário vigente na cidade, mas continuou a ser ofendida.

O caso foi parar na 15ª DP, na Gávea, que instaurou um termo circunstanciado para apurar a ação. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ainda que o homem foi identificado, convocado a prestar depoimento e que a investigação está em andamento.

‘Não dei carteirada’, diz advogado

O G1 conversou nesta sexta-feira (26) com o homem, que se chama Fernando Roberto Rodrigues, é advogado e não tem qualquer vínculo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, conforme informou a assessoria do órgão — ele mesmo disse à equipe de reportagem não ser juiz. A mulher foi identificada como Ruth Sabba.

Rodrigues nega que tenha dito ser juiz e questiona a postura dos funcionários.

“Não teve nada disso. O que aconteceu foi que cheguei no posto, onde 10 pessoas estavam à toa, jogando no celular, sem querer nos atender. Eles diziam que era a hora do almoço e empurravam as pessoas para fora. Nós estamos no meio de uma pandemia. Todo mundo quer se vacinar. Não sou juiz e não dei carteirada. Sou é advogado há 40 anos”, disse.

Questionado sobre não usar a máscara de proteção como foi pedido pelos funcionários, ele disse.

“Eu não sou o vilão. Quero todo mundo seja vacinado. Minha mulher é deficiente auditiva e não nos vacinaram por causa de máscara?”, disse.

G1


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