Marco Aurélio Mello dá de ombros para as palavras atribuídas a Abraham Weintraub, que, durante a fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril, teria desferido palavrões e defendido a prisão dos onze ministros do Supremo.
Diz o ministro:
— Em 41 anos como juiz, já fui muito xingado. Devo ter desagradado a muita gente, nem levo em conta.
Marco Aurélio, no entanto, ironiza a conhecida verborragia chucra de Weintraub:
— Ele é ministro de que mesmo, hein? Da Educação? Então, está faltando urbanidade mínima. Para ocupar tal posto, deve-se ter ao menos o nível médio de urbanidade. Não parece ser o caso.
O ministro do Supremo enxerga no comportamento de de Jair Bolsonaro e seus auxiliares uma espécie de lamentável competição de maus modos:
— Se ocorrida nesses termos, tal reunião é algo inimaginável em termos de Planalto, em termos de direção maior do país. Parecem competir para ver quem lança o que mais nos estarrece.
Marco Aurélio diz, porém, que Bolsonaro não o surpreende e, mais uma vez com ironia, conclui:
— Em 2017, eu já dizia que temia pelo Brasil com a eleição desse moço. Não chegamos ao fim do mandato e ele já está pensando em 2027. Será que ainda tem os 57 milhões de votos que o elegeram?
O Globo