| 4 março, 2020 - 08:21

CNMP afasta procurador que ligou escravidão a índio não gostar de trabalhar

 

Ele falou que “não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro.”

A Corregedoria Nacional do Ministério Público decidiu afastar hoje do cargo de ouvidor-geral do MP-PA (Ministério Público do Estado do Pará) o procurador de Justiça Ricardo Albuquerque da Silva.

Reprodução

O procurador foi afastado por conta de falas consideradas racistas durante palestra proferida para universitários de direito, em novembro de 2019. Ele falou que “não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro.”

“Nenhum de nós aqui, se você for ver sua família há 200 anos atrás [sic], tenho certeza que nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui. E não esqueçam, vocês devem ter estudado História, que esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar pros portugueses. O índio preferia morrer. Foi por causa disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora”, afirma em trecho gravado da fala é divulgado em redes sociais.

A decisão de hoje foi do corregedor nacional Rinaldo Reis, que também instaurou procedimento administrativo disciplinar contra o membro. As duas decisões serão submetidas ao plenário do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) na próxima sessão ordinária do órgão, prevista para o dia 10 de março.

UOL


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