O médium João de Deus foi condenado a 40 anos de prisão em regime fechado pela juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia em Goiás, pelo crime de estupro de vulnerável. Esse caso envolve um total de cinco vítimas. A defesa do médium alegou que ainda não foi intimada e comunicada da decisão.
A magistrada entendeu que os relatos das vítimas demonstraram que os crimes eram praticados com o mesmo modus operandi e que todas foram violentadas durante o atendimento individual durante as sessões que João de Deus fazia na casa Dom Inácio Loyola.
Essa é a segunda condenação de João de Deus por crimes sexuais. Ele já recebeu uma sentença de 19 anos e 4 meses de prisão em dezembro do ano passado, por dois casos de estupro de vulnerável e duas violações mediante fraude.
Em um total, o médium já recebeu 12 denúncias pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por crimes sexuais. Em um desses casos, a acusação envolve também falsidade ideológica e, em outro, corrupção de testemunha e coação.
João de Deus está preso desde 16 de dezembro de 2018 após diversas denúncias de crimes sexuais. Durante esse tempo, ele teve habeas corpus negado, uma fazenda invadida por integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e Movimento Camponês Popular (MCP), dois abandonos de advogado e duas condenações.
Até agora, cerca de 330 denúncias contra João de Deus foram recebidas pelo MP, sendo 194 dessas mulheres deram andamento aos processos. Nas acusações que já foram formalmente apresentadas, somam-se 57 vítimas do médium. Além dos processos que tramitam na Justiça há casos de crimes já prescritos. O MP estima que muitas vítimas preferiram não se pronunciar e não denunciar os abusos. Os crimes aconteceram entre 1973 e 2018.
Estado de Minas