| 24 agosto, 2019 - 10:15

“Devemos ao Lula um julgamento justo”, diz Gilmar Mendes

 

Ministro do STF afirma ainda que a condenação do ex-presidente pode ser anulada

JUSTIÇA FEDERAL, NATAL/RN, 16.08.2019 – QUINTA JURÍDICA, MINISTRO GILMAR MENDES NA JUSTIÇA FEDERAL/RN – Nesta sexta-feira, a Justiça Federal no Rio Grande do Norte promoveu uma edição especial da Quinta Jurídica, comemorativa aos 15 anos do projeto, com a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. A palestra com o tema “Interpretação Constitucional e Ativismo Judicial” foi realizada no auditório da JFRN com a presença dos magistrados dessa corte no Estado. . JUSTIÇA, JFRN, CIDADANIA, NATAL, RIO GRANDE DO NORTE – FOTO: VITORINO JUNIOR/PHOTOPRESS/

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse, em entrevista exclusiva à agência Reuters, que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do triplex do Guarujá, pode ser anulada, caso seja constatada a suspeição do então juiz Sergio Moro.  O ministro ressaltou também que o petista merece um julgamento justo.

— Anular a condenação (do Lula) se eventualmente ocorrer por questão de suspeição, isso leva a um novo processo. Eventualmente isso pode ocorrer. — É importante fazer essa análise com todo o desprendimento. A mídia se tornou num determinado momento muito opressiva. O bom resultado não é só aquele que condena. Isso não é correto. A gente tem que reconhecer que devemos ao Lula um julgamento justo — ressaltou.

Em junho, um dia depois do vazamento das conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol pelo site The Intercept BrasilGilmar Mendes liberou para julgamento um habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2018. O ministro defendeu que o ex-presidente aguardasse em liberdade o julgamento. 

Lula foi condenado por  Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex, em Guarujá (SP). A defesa recorreu e os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ( TRF4) aumentaram a pena para 12 anos e um mês.

Em abril, os ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram pela redução da pena do petista para oito anos e 10 meses de prisão. A Procuradoria já deu parecer favorável para que Lula cumpra o restante da pena em regime semiaberto.

UOL


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