A Justiça de São Paulo negou a uma mulher chamada Dilma a possibilidade de trocar de nome. Na ação, ela dizia que passou a sofrer “bullying” por ser homônima da ex-presidente do Brasil e queria se chamar Manuela, como a BBC News Brasil noticiou em maio do ano passado .
A advogada de Dilma P., Isabelle Strobel, afirmou que sua cliente vai recorrer da decisão.
Em nova entrevista à reportagem, Dilma P. diz que ficou triste com o desfecho.
“Continuo sofrendo bullying. Sei que o impeachment já aconteceu e a Dilma (Rousseff) aparece menos no noticiário. Mas não posso falar meu nome sem que pessoas deem risada. Não quero mais este nome”, afirma.
Segundo a decisão judicial a que a BBC News Brasil teve acesso, “Dilma constitui prenome corriqueiro, sem qualquer conotação deletéria em si. Em princípio, não se trata de nome notoriamente vexatório”, escreveu o juiz Fábio Henrique Falcone Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Para o magistrado, “atualmente, Dilma Rousseff não é figura central nos noticiários, cuja atenção se volta aos mandatários do momento. Por isso, eventual constrangimento não pode ser atribuído ao nome em si, mas à degradação pública de uma figura que tem nome e sobrenome e cuja mácula coincide com o período em que sua imagem esteve em evidência nos noticiários e nas redes sociais”.
“Por essa razão, respeitado entendimento diverso, a exposição negativa de personagem pública não autoriza alteração de prenome que em si nada tem de ofensivo ou constrangedor. Ante o exposto, julgo improcedente o pedido”, conclui Falcone Garcia.
Dilma P. rebate. “O juiz não sabe o que eu passo diariamente”, diz ela.
BBC News
Justiça impede mulher que sofre bullying por se chamar Dilma de trocar de nome | Blog do BG
02/09/2019 às 17:15[…] detalhes aqui no portal Justiça […]