Na sessão plenária do STF desta quinta-feira, 20, a procuradora do Estado do Rio de Janeiro, Cristina Siqueira Dias, solicitou a exibição de um vídeo durante a sustentação oral. No entanto, as imagens eram tão chocantes que a reprodução foi interrompida antes do término. Ministro Dias Toffoli, relator da ação, advertiu que, se soubesse do teor do material, não teria permitido sua exibição.
O episódio ocorreu no contexto do julgamento da constitucionalidade das taxas de incêndio instituídas nos Estados do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Pernambuco.
O vídeo era uma reportagem da TV Globo sobre o incêndio ocorrido em 1986 no Edifício Andorinha, tragédia que vitimou diversas pessoas.
Diante da forte carga emocional das cenas, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, solicitou a interrupção da exibição.
“Doutora Cristina, podemos suspender a emissão, por favor”, disse.
A procuradora justificou a escolha do vídeo ao afirmar que ele ilustrava a importância da estrutura do Corpo de Bombeiros e como a modernização da corporação poderia ter evitado parte da tragédia. “Se houvessem as estruturas que hoje existem, esse acidente, essas vidas poderiam ter sido muito menores do que demonstrado”, afirmou.
O relator do caso, ministro Dias Toffoli, manifestou desconforto com a exibição das imagens e destacou que não tinha sido previamente informado sobre o conteúdo. “Se eu soubesse, eu não aceitaria”, declarou, lembrando que o jornalista Armando Nogueira, ex-diretor da TV Globo, arrependeu-se de transmitir aquelas imagens no passado.
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