Dois fatos devem marcar o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2025: a análise da denúncia que deve ser apresentada no inquérito do golpe e a troca no comando da Corte – em setembro, Luís Roberto Barroso deixará a presidência e o ministro Edson Fachin assumirá, tendo Alexandre de Moraes como vice.
Quase dois anos depois dos atos golpistas de 8 de janeiro, a Corte ainda está sob ataque e deve continuar na mira de grupos extremistas, especialmente diante da expectativa do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus principais aliados.
Integrantes da Corte esperam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente já no primeiro trimestre o seu posicionamento sobre a trama golpista, o que colocará o STF em evidência na polarização política.
Como presidente da Corte desde o ano passado, Barroso tem feito uma defesa pela volta da normalidade institucional. O ministro, no entanto, enfrentou um dos episódios mais tensos da história da Corte, depois da invasão em janeiro de 2023. Em novembro, um homem se explodiu em frente ao edifício-sede, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em um ato que vem sendo investigado como terrorismo.
Sob o comando de Fachin e Moraes, as críticas direcionadas ao STF tendem a se aprofundar, pois os dois são vistos como desafetos de Bolsonaro. O primeiro por ter dado a decisão que permitiu que o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse candidato à Presidência em 2022. E o segundo por ser o relator de vários inquéritos que envolvem o ex-presidente e aliados.
A investigação sobre a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula é relatado por Moraes e foi enviado à PGR no fim de novembro. Ao todo, a Polícia Federal (PF) já indiciou 40 pessoas. E o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice de Bolsonaro em 2022, foi preso no dia 14 de dezembro.
Valor