O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta terça-feira (19/11) a prisão preventiva de quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal suspeitos de planejar um golpe durante as eleições de 2022. O plano incluía a execução do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do próprio Alexandre.
A PF cumpriu os mandatos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.Antonio Augusto/STF
Entre os presos estão o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o general da reserva e ex-ministro interino da Secretaria-Geral Mário Fernandes, o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira, o major Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Fernandes ocupa o posto de maior patente. Ele foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e chegou a ocupar a chefia da pasta.
Ele ainda atuou no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL), que foi ministro da Saúde de Bolsonaro durante a crise da Covid-19.
As informações foram obtidas em investigação deflagrada em fevereiro deste ano e que também mirou a tentativa de golpe em 2022. Na ação, que tinha como foco a alta cúpula do governo de Bolsonaro, incluindo o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o passaporte do ex-presidente foi apreendido.
A partir dessa apuração, chegou-se às mensagens trocadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Cid fechou acordo de delação premiada no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe.
Alexandre também determinou a busca e apreensão de armas, munições computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos nas diligências previstas contra o capitão do Exército Lucas Garellus, contra Rodrigo Azevedo, militar lotado Batalhão de Ações e Comandos, e contra o policial Matos Soares. O ministro também determinou a proibição dos investigados de saírem do país e de manterem contato entre si.
Garellus, Azevedo e Soares ainda tiveram a suspensão do exercício de suas funções públicas decretadas. O ministro ainda ordenou que o Comando do Exército Brasileiro, no prazo de 24 horas, encaminhe às autoridades todos os registros de abastecimento, ordens de missão e outros dados de sete viaturas utilizadas pelos militares.
As operadoras de telefonia também foram obrigadas a fornecer todos os dados “dos terminais telefônicos” cadastrados nos nomes e CPFs dos investigados.
Conjur