| 15 agosto, 2024 - 11:32

Processo com sentença vendida no TJ-MA durou só 18 minutos e motivou operação contra desembargadores

 

A Polícia Federal aponta que, em um dos casos investigados contra juízes e desembargadores do Maranhão, houve uma decisão em que o tempo entre a expedição do alvará e o saque de R$ 14 milhões, em dinheiro, ocorreu em apenas 18 minutos. Essa é uma das sentenças investigadas dentro da operação ’18 minutos’, que tem como

A Polícia Federal aponta que, em um dos casos investigados contra juízes e desembargadores do Maranhão, houve uma decisão em que o tempo entre a expedição do alvará e o saque de R$ 14 milhões, em dinheiro, ocorreu em apenas 18 minutos.

Essa é uma das sentenças investigadas dentro da operação ’18 minutos’, que tem como alvos quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão, três juízes e 14 advogados, dentre outros. Abaixo, o nome de alguns citados:

  • Desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa (que já estava afastada em outro processo)
  • Desembargador Marcelino Everton Chaves (atualmente aposentado)
  • Desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho
  • Desembargador Antônio Pacheco Guerreiro Júnior (que já estava afastado em outro processo)
  • Juíza Alice de Sousa Rocha
  • Juiz Cristiano Simas de Sousa
  • Ex-Juiz Sidney Cardoso Ramos
  • Edilázio Gomes da Silva Junior, ex-deputado federal e atual presidente do PSD, no MA
  • Frederico de Abreu Silva Campos, o ‘Fred Campos’, atual candidato a prefeito em Paço do Lumiar

Segundo a Polícia Federal, as investigações apontam que a organização criminosa funcionava dentro do sistema judiciário do Maranhão e de bancos, com negociação de sentenças entre magistrados e advogados.

  1. Juízes e desembargadores do Maranhão aliciavam pessoas para entrarem com processos solicitando indenizações milionárias e outros valores em dinheiro.
  2. Em um dos casos, um ex-funcionário do Banco do Nordeste teria sido aliciado para entrar com uma ação contra o banco para que fossem pagos honorários advocatícios.
  3. A ação inicialmente era manipulada dentro do Tribunal de Justiça do Maranhão para cair nas mãos dos juízes ou desembargadores envolvidos no esquema.
  4. A ação era aceita e deferida, com cálculos de correção monetária fraudados ou inexistentes, de modo a aumentar o valor a ser pago.
  5. No caso referente ao ex-funcionário do Banco do Nordeste, foi determinado o pagamento de R$ 14 milhões. O intervalo de tempo entre a expedição do alvará e o saque foi de apenas 18 minutos.
  6. Depois que o processo era finalizado, o dinheiro era repartido entre várias pessoas, incluindo os magistrados e advogados.
  7. O prejuízo ficava com a instituição financeira. A suspeita é de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal realiza a operação para apurar a atuação de uma organização criminosa suspeita da prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão — Foto: Divulgação/Polícia Federal

Foto: Divulgação/Polícia Federal

G1


Leia também no Justiça Potiguar

Comente esta postagem: