| 8 agosto, 2024 - 17:17

OAB/ES pagará R$ 50 mil a advogada barrada em Tribunal por dever anuidade

 

O juiz federal Roberto Gil Leal Faria, do 2º Juizado Especial Cível do Espírito Santo, condenou a OAB/ES a pagar uma indenização de R$ 50 mil a uma advogada que foi impedida de utilizar a sala de apoio do TRT/ES devido à inadimplência na anuidade da entidade. Para o magistrado, o ocorrido foi “muito grave”,

O juiz federal Roberto Gil Leal Faria, do 2º Juizado Especial Cível do Espírito Santo, condenou a OAB/ES a pagar uma indenização de R$ 50 mil a uma advogada que foi impedida de utilizar a sala de apoio do TRT/ES devido à inadimplência na anuidade da entidade. Para o magistrado, o ocorrido foi “muito grave”, já que a seccional deveria zelar pelo cumprimento das decisões definitivas do STF.

De acordo com os autos, a advogada alegou ter sofrido constrangimento ao ser impedida de utilizar a sala de apoio aos advogados nas dependências do TRT/ES, “por suposto inadimplemento da parcela vencida em 6/9/23”.

Ao analisar o caso, o juiz Federal baseou-se no entendimento do STF no julgamento do Tema 732, que considerou inconstitucional a suspensão do exercício profissional por inadimplência de anuidades. Segundo o magistrado, tal suspensão configura sanção política em matéria tributária.

“Com base no paradigma acima, concluo que impedir o profissional jurídico de ter acesso e utilizar locais e serviços de apoio custeados pela OAB, para o exercício da profissão, é uma forma indireta de cobrança do crédito tributário, o que se apresentada indevido, consoante decisão do STF.”

Ademais, o magistrado menciona que a OAB cometeu um ato ilícito ao impedir o exercício de um direito já reconhecido pelo Supremo, gerando dano moral.

Ilustrativa

“Difícil expressar a angústia que um profissional jurídico vivencia quando se vê impedido de exercer um direito reconhecido pelo STF. E pior, quando tal impedimento é emanado de sua própria Entidade de Classe.”

Por fim, o juiz entendeu que o fato foi “muito grave”, já que a seccional deveria zelar pelo “cumprimento das decisões definitivas da mais alta Corte do país, descumpre uma de suas decisões”.

Assim, fixou a indenização por dano moral em R$ 50 mil valor a ser corrigido monetariamente a partir da data do pedido, em 15/9/23.

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