O juiz corregedor Walter Nunes, que é responsável pelas inspeções mensais na penitenciária federal de Mossoró (RN), afirmou que não foi a falta de câmeras nem a obra que ocorria no presídio que permitiu a fuga de presos em 14 de fevereiro.
Ao jornal O Globo, ele atribuiu a fuga a uma falha na vigilância das celas individuais dos detentos.
“A fuga não foi em razão da obra, aconteceria com obra ou sem obra. E câmera não impede ninguém de fugir. O que resolveria era a cela ter sido inspecionada diariamente. Os policiais penais são valorosos, extremamente dedicados, verdadeiros heróis, não é fácil esse tipo de profissão, mas houve um erro de procedimento”, disse o juiz.
“O policial penal tem que entrar na cela e fazer a inspeção. Se o procedimento fosse adotado, não haveria a menor possibilidade de haver fuga. O preso não pode ser dono da cela, nem fazer dela um bunker, ela tem de ser inspecionada todos os dias, senão você dá sorte para o azar. Houve erro dos policiais penais”, acrescentou.
Em janeiro, Walter Nunes encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um relatório atestando que a penitenciária de suposta segurança máxima apresentava “boas condições”.
O Globo