| 25 agosto, 2022 - 16:22

Advogada baiana é alvo de representação de outra advogada por participar de sessão com bebê no colo

 

Durante uma audiência virtual nesta terça-feira (23), a advogada Camila Silveira foi surpreendida com um pedido, feito pela advogada da parte contrária, de expedição de ofício à OAB-BA para representar a advogada por participar da audiência com seu filho no colo e “sem trajes adequados à profissão”. A advogada Camila Silveira foi às redes sociais

Durante uma audiência virtual nesta terça-feira (23), a advogada Camila Silveira foi surpreendida com um pedido, feito pela advogada da parte contrária, de expedição de ofício à OAB-BA para representar a advogada por participar da audiência com seu filho no colo e “sem trajes adequados à profissão”.

A advogada Camila Silveira foi às redes sociais relatar o que sentiu após ter seu direito de conciliar a maternidade com o exercício da advocacia questionado, ainda mais por outra colega, e ressaltou ainda que a conciliadora nada fez.

Em seu perfil no Instagram, Camila postou foto com seu filho com o título “Desabafo” e escreveu:

“Venho através deste post, sem as vestimentas adequadas para a profissão que exerço e com meu filho no colo para falar um pouco do que senti hoje.

Dor. Senti uma dor em um local, até então, desconhecido. Senti como se eu não pudesse exercer a minha paixão por ser mãe, pelo meu filho naquele momento precisar do meu colo, da praticidade da minha vestimenta para que eu possa lhe dar alimento.

Reprodução

Em um momento de trabalho, em audiência, com meu filho no colo, a advogada da parte contrária indicou que “requer expedição de ofício à OAB/BA para representação da advogada Camila Silveira Costa por se fazer presente na assentada (…) com trajes inadequados à profissão (…) sobretudo segurando a criança no colo (…)”. A conciliadora nada fez durante 1h que tive que lidar com estes absurdos.

Nunca pensei em passar por uma limitação como esta, através da fala de uma outra mulher e sequer ter o apoio da outra mulher presente que, por obrigação da sua função (conciliadora) deveria impor limites e nada fez.

Decidi publicar sobre o ocorrido, pois precisamos de união e força para desestruturar essa percepção arcaica, desumana e ineficaz do judiciário brasileiro.

Em uma semana que aplaudimos um advogado com seu bebê sendo respeitado por este momento, vemos o contrário quando se trata de nós mulheres.

Desejo que as providências sejam realmente tomadas, que isso não passe em branco. E que nós mulheres e nossas individualidades sejam respeitadas”.

Bahia Noticias


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