Intermediação de tráfico de drogas, venda de armas, invasão de comunidades e recados para membros de facções criminosas de dentro dos presídios para “irmãos” nas ruas . Denúncias do Ministério Público do RN sobre a “Sintonia dos Gravatas”, como é chamada a participação de advogados na facção Sindicato do Crime, têm chamado a atenção pelos bilhetes, recados e códigos utilizados pelos profissionais do Direito para a comunicação com criminosos.
Nesta semana, novo episódio: a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) interceptou um plano de fuga na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta, com suposta participação de advogados. Na semana passada, uma advogada de Natal foi condenada a quatro anos e meio de reclusão acusada de ser uma “mensageira do crime”.
As informações são do Ministério Público e apontam a possibilidade de existir uma rede de advogados, com hierarquia e pagamentos mensais, que atuam como emissários para presos faccionados dentro e fora das unidades prisionais. O modus operandi não é novo nem exclusivo do RN, apontam autoridades. No último dia 10 de agosto, por exemplo, a Polícia Federal deflagrou operação para prender uma advogada suspeita de planejar libertação de lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) em um presídio federal, entre eles, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos fundadores da facção.
Tribuna do Norte