Duas advogadas foram denunciadas por causa de uma simulação de desmaio com o intuito de suspender uma sessão do Tribunal do Júri, em agosto de 2019. No dia, estavam no banco dos réus duas pessoas — clientes de uma delas — por crime de homicídio. O julgamento acabou sendo cancelado, antes de ser concluído, “diante da impossibilidade da advogada de continuar com os trabalhos”, consta na ata da sessão.
O juiz da Segunda Vara Criminal de Vitória, Luiz Guilherme Risso, aceitou a denúncia do no último dia 29 de março, e suspendeu ainda o direito ao exercício da advocacia de Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti e Paula Maroto Gasiglia Schwan.
Segundo a denúncia, os fatos aconteceram no dia 21 de agosto de 2019, quando Patrícia, com a ajuda de Paula, simulou estar passando mal. “Inovaram artificiosamente estado de pessoa em processo penal, induzindo desta forma o juiz a erro e conseguindo suspender os atos processuais praticados na sessão”, relata o documento.
A conversa entre Patrícia e Paula foi gravada em interceptação telefônica na operação da denominada. No diálogo – você pode conferir o áudio na íntegra acima – a seguinte parte consta no texto da denúncia:
O JULGAMENTO CANCELADO
A sessão do julgamento das duas pessoas acusadas de homicídio, que acabou sendo cancelada antes de ser concluída, aconteceu no dia 21 de agosto de 2019. A abertura foi no início da tarde, tendo Patrícia Cavalcanti como advogada dos dois clientes.
Logo após o interrogatório dos réus, foi a vez do promotor se manifestar, pedindo a condenação de ambos, em uma fala que se encerrou às 17h40. Segundo a denúncia, por volta das 17h22, Patrícia ligou para Paula — momento em que afirma “que pretende passar mal dentro do plenário para assim conseguir dissolver o conselho de sentença e adiar o julgamento iniciado”.
O argumento seria: “o promotor está arregaçando com o meu cliente, e o outro também”. A denúncia informa que, após a manifestação do promotor, ao verificar que a advogada Patrícia não se encontrava no plenário, o juiz fez constar em ata o que acontecia.
A Gazeta