O adolescente Caio Temponi, 13, foi aprovado na terça-feira (22) em primeiro lugar no curso de direito da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Apesar da pouca idade, esta não é a primeira vez ele, que é natural de Três Rios (RJ), passa no vestibular antes de terminar o ensino médio. No ano passado, Caio conquistou uma vaga no curso de administração da Uece (Universidade Estadual do Ceará), mas optou por terminar primeiro o ensino médio.
Segundo a mãe, Laurismara Temponi, essa foi a primeira vez que ele fez o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Apesar do resultado, não há planos para que ele faça o curso agora.
“Eu e meu marido conversamos com ele, e ele disse que ainda quer ficar na escola, porque ele é muito novo, já pulou três anos e quer ficar com os amigos, vivenciar a adolescência. No final do ano, quando ele fizer o exame novamente, a gente volta a conversar com ele”, contou ela ao UOL.
Caio atualmente está no 2º ano do Ensino Médio e pulou o primeiro, o terceiro e o oitavo anos do Ensino Fundamental. Ele estuda em uma escola particular em Fortaleza e a família se mudou para a capital cearense em dezembro, para apoiar seus estudos. ]
“Ele se interessou muito, então nós viemos para cá. Estamos longe da família, de tudo, não é fácil, mas vale a pena” diz Laurismara.
A mudança ocorreu logo após Caio passar em primeiro lugar no exame da Epcar (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), em Barbacena (MG). Ele foi o mais novo a passar no concurso, acertando todas as questões. No entanto, ele preferiu seguir o sonho de ser juiz federal e continuar estudando para outros vestibulares. “Ele desde pequeno já mostrava que gostava muito de estudar, aprendia com facilidade. Sempre gostou de fazer provas, concursos…”
O sonho de ser juiz federal, diz a mãe, começou na época da Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014. “Temos alguns primos mais distantes que são advogados, mas ninguém próximo é da área do direito. Ele começou com isso com uns 5 anos. Acho que se encantou com toda aquela movimentação que estava acontecendo”, diz ela, que atualmente trabalha com bicos, enquanto o marido é motorista. “Eu cheguei a falar para ele fazer medicina, porque ele iria se formar cedo e teria que esperar para prestar o concurso para juiz. Mas ele não quis, quer mesmo ser juiz federal.”
A conquista da vaga no curso de direito, por sua vez, teve uma preparação nada convencional. Caio está em uma turma de estudos do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) que, segundo a mãe, tem um enfoque maior nas ciências exatas. “Então, não teve preparação exclusiva para o Enem”, conta ela. No entanto, a nota de redação de Caio surpreendeu: 940. “Mas ele não gostou, falou que achou ruim”.
UOL