Da cidade de Araguaína, no Tocantins, foi proferido um despacho curioso. O juiz do Trabalho Substituto Fernando Gonçalves Fontes Lima explicou por que foi obrigado a marcar uma audiência de conciliação na Quarta-Feira de Cinzas, que será no próximo dia 2.
Ao advogado do processo, o magistrado começa dizendo que tem sido “muito compreensivo” quando há requerimentos para alteração da data da audiência. Por outro lado, ele desabafa que também tem sido muito cobrado “pelos seus colegas da advocacia” pela demora nos processos: “muito mesmo (…) quase todo dia, nas audiências, me perguntam sobre as pautas”, confidencia.
E aí vem a explicação: “foi por isso que me vi obrigado a fazer uma pauta na Quarta-Feira de Cinzas, dia no qual eu nunca fiz audiências (…) na euforia do carnaval, quem sabe, ele [a parte] se anima e já resolve logo o processo.”.
Mesmo marcando a audiência em um dia “atípico”, o magistrado pareceu ser compreensível e, até descontraído, com o causídico:
“Se puder, peça a algum colega para comparecer em seu lugar. Se puder, e não atrapalhar demais seu momento, apareça na audiência, que não deve demorar nem 10min, sem a preocupação dos trajes formais.
Mas não me mate de inveja: nada de aparecer na beira da praia ou em cima de uma lancha. Se ninguém comparecer, não vou ficar chateado e não haverá nenhuma consequência processual, apenas terá início seu prazo para apresentação de defesa.”
Ao final, o juiz deseja boa viagem ao advogado e continua: “curta o descanso com a família e mande meus parabéns para o sogro”.
Leia a íntegra do despacho.
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