O advogado Rafael Gonçalves participou de uma audiência remota da Lava-Jato na 7ª Vara Federal Criminal do Rio, do juiz Marcelo Bretas, enquanto estava internado em um hospital por conta da Covid-19.
A audiência ocorreu ontem no âmbito do processo contra Dario Messer, que ficou conhecido como o “doleiro dos doleiros” e que teria atuado no esquema liderado pelo ex-governador Sergio Cabral.
Gonçalves é representante de uma testemunha convocada a falar no processo. O advogado chegou a pedir o adiamento da oitiva, já que se encontra internado desde 6 de junho, o que foi indeferido por Bretas.
O defensor, então, participou da sessão direto de seu leito no hospital, usando um avental verde e uma mangueira de oxigênio presa ao seu nariz. O momento mais constrangedor foi quando foi possível ver no vídeo que no leito ao lado do ocupado pelo advogado estava deitado o seu pai, também internado com a doença.
Bretas fez questão de dizer no início do encontro que o doutor doente estava ali por livre e espontânea vontade e que nos autos havia outros advogados também listados para representar a testemunha ouvida na ocasião.
No ano passado, o juiz já havia dado decisão semelhante, sobre audiência da operação Furna da Onça, na qual negou adiamento de uma oitiva virtual em razão de advogados das partes estarem com Covid-19.
Segundo o magistrado argumentou à época, os atestados médicos anexados ao processo não demonstraram a incapacidade dos advogados doentes de desempenharem suas funções. Os documentos médicos teriam, disse o juiz, indicado apenas a necessidade de isolamento social, o que já estaria sendo cumprido com a realização da sessão via videoconferência.
Radar – Veja