| 8 junho, 2021 - 10:59

O sindicalismo de toga produz riqueza na Justiça do Trabalho

 

Mario Sabino, Deu no Antagonista Leio no Valor Investe que uma empresa chamada Pro Solutti Capital, “gestora de ativos judiciais, acaba de fechar parceria com um fundo de direitos creditórios (nome não foi revelado) e está com mais de R$ 100 milhões de reais disponíveis para compra de processos trabalhistas no Brasil“. Sim, é isso mesmo. Como apontou ironicamente no

Ilustrativa

Mario Sabino, Deu no Antagonista

Leio no Valor Investe que uma empresa chamada Pro Solutti Capital“gestora de ativos judiciais, acaba de fechar parceria com um fundo de direitos creditórios (nome não foi revelado) e está com mais de R$ 100 milhões de reais disponíveis para compra de processos trabalhistas no Brasil. Sim, é isso mesmo. Como apontou ironicamente no Twitter a juíza do trabalho Ana Fischer, uma das responsáveis pela reforma trabalhista que conseguiu diminuir em 32% o número de ações desde 2017, “processo trabalhista está virando mercadoria e investimento. Como se diz por aí, parabéns a todos os envolvidos”. O tamanho do mercado? Seiscentos e vinte bilhões de reais.

A empresa compra com deságio processos de valor pequeno ou médio, garantindo liquidez aos impetrantes, e continua a tocar a ação até o fim. Como a área trabalhista é uma daquelas com maior grau de judicialização no Brasil e os sindicalistas de toga que dela fazem parte favorecem enormemente os funcionários, em detrimento das empresas, as chances de ganho dos atravessadores são espetaculares. Segundo o executivo da Pro Solutti disse ao Valor Investe“já foram alocados mais de R$ 50 milhões de reais em ativos judiciais e a carteira atual de casos supera os R$ 120 milhões. A taxa de retorno da carteira hoje está em torno de 40%, cerca de 25% ao ano ao investidor— bem mais, portanto, do que os 3% a 4% anuais de um fundo de investimentos, nestes tempos gloriosos de Selic baixa.

É espantoso que uma empresa de investimentos fature alto com processos julgados, no mais das vezes, por sindicalistas de toga que odeiam capitalistas. Para completar o quadro fantástico, a Pro Solutti emprega tecnologia “para analisar os casos na hora de escolher a qual fazer ofertas, com cálculo do percentual de probabilidade de sucesso”. Ou seja, é o algoritmo capitalista antecipando os efeitos do pensamento de que todo patrão é, necessariamente, um explorador. Convenhamos que a mais-valia nunca valeu tanto.

A judicialização extrema, o ódio aos empresários de boa parte dos juízes — que insistem nas tentativas de torpedear a reforma trabalhista — e a lentidão da Justiça confluem para que os lucros sejam maximizados.

O Antagonista


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