Nesta terça-feira, 23, os ministros Felix Fisher e João Otávio de Noronha trocaram farpas durante o julgamento de Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. A 5ª turma julgava vários casos envolvendo o parlamentar. Fisher, relator, proferiu seu voto em apenas um deles, e quando foi dada a palavra a Noronha, ele seguiu julgando os demais. O relator não gostou.
Fisher questionou o fato de o ministro Noronha estar votando antes de ele prosseguir com o voto dos demais processos: “Em mais de 40 anos de tribunal, eu nunca vi o relator ficar para depois. Nunca. Em hipótese alguma. Isso não existe.“
Noronha disse que não teria problema em esperar e que fora lhe dada a palavra para proferir o voto, “eu não presido a sessão“, completou. Fisher respondeu que ele não teria problema em esperar pois “não é sua vez de votar“.
A turma seguiu, então, votando apenas o caso que Fisher já havia fundamentado. O relator ficou vencido após a turma, por maioria, dar parcial provimento ao agravo regimental para anular as quebras de sigilo de Flávio Bolsonaro, nos termos do voto divergente.
Após a decisão, o ministro Felix Fisher pediu adiamento dos outros processos para a próxima sessão.
Na oportunidade, Noronha disse que foi dada a palavra para que fosse apresentado o voto, e disse que toda vez que alguém pedir vista, o relator deve ler o voto para “que a gente não passe por esses incidentes“.
Fisher respondeu dizendo que Noronha o atropelou no caso julgado: “Para evitar confusão, vou trazer na próxima sessão, coisa que o senhor nunca fez. Vem criticar?“
Noronha disse que não estava criticando, e Fisher rebateu: “Claro que está“.
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