A declaração do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes comparando a força-tarefa de Curitiba da Lava Jato a um “esquadrão da morte” repercutiu mal entre os procuradores da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República). A entidade divulgou uma nota oficial, em que afirma que Mendes se comporta “como se estivesse acima da legislação”.
Segundo a ANPR, Mendes ignora a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) ao comentar processos que ainda estão com recursos em julgamento. O ministro do STF deu as declarações durante o UOL Entrevista de hoje, conduzido pelo colunista do UOL Tales Faria.
“Como se estivesse acima da legislação, Gilmar Mendes, mais uma vez, manifesta opinião sobre processo pendente de julgamento, o que é expressamente vedado pela Loman”, diz a nota. Os procuradores também afirmam que se sentiram ofendidos pelas declarações de Mendes, que colocam em xeque, segundo a nota, também ministros do STF. “A comparação feita pelo magistrado ofende, além dos procuradores e procuradoras envolvidos na operação, os próprios colegas de Corte, além de magistrados de todas as instâncias do Judiciário brasileiro que, em diversos julgamentos ocorridos, validaram dezenas de ações penais promovidas”, afirma o texto.
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