A advogada Luciana Pires, que defende o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no caso da rachadinhas (esquema de desvio de salários de funcioários de gabinete), protocolou nesta sexta-feira, 29, uma ação por danos morais contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.
O processo foi distribuído na 17ª Vara Cível do Rio de Janeiro. A advogada pede uma indenização de 100 mil reais. A ação foi protocolada pelo advogado de Luciana, Rodrigo Ribeiro.
Em entrevista ao jornal Extra, o presidente da OAB se referiu a Luciana como advogada de porta de cadeia e desqualificada. Por entender que o tom das declarações foi pejorativo, a defensora resolveu processar Santa Cruz.
A troca de farpas começou por causa das duas vagas de desembargador no Tribunal de Justiça do Rio que serão abertas este ano e que serão destinadas a advogados. O nome de Luciana chegou a circular como candidata. Foi nesse contexto que Santa Cruz fez a declaração à coluna de Berenice Seara: “Não há qualquer chance de essa advogada de porta de cadeia entrar em uma lista da OAB”, disse o presidente da OAB, completando que “gente desqualificada não entra na lista”.
Luciana disse que não será candidata e já havia respondido na publicação às declarações de Santa Cruz. “Quando o presidente de uma instituição ataca uma colega de forma irresponsável e gratuita, demonstrando um desequilíbrio emocional incompatível com o cargo que exerce, e além disso se comporta como líder mafioso, dizendo abertamente que é ele quem controla quem entra ou não na lista de candidatos do que quer que seja da OAB, ja passou da hora de repensar a permanência desse senhor na liderança da respeitável instituição à qual pertenço”, afirmou.
Em abril de 2015, quando era presidente da seccional fluminense da OAB, Santa Cruz nomeou Luciana presidente da Comissão de Direito Militar.
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