| 8 janeiro, 2021 - 09:18

De doméstica à juíza: estudo com livros recolhidos no lixo abriu caminho para carreira na magistratura

 

“Quem tem a cama feita, pode ser mais ou menos; vocês têm que ser muito bons no que fazem”. Foram essas palavras que Antônia Marina Faleiros ouviu por diversas vezes de sua mãe durante a infância. O conselho materno, que pode parecer difícil de ouvir, se assemelha à realidade de Antônia e de seus cinco irmãos quando

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“Quem tem a cama feita, pode ser mais ou menos; vocês têm que ser muito bons no que fazem”. Foram essas palavras que Antônia Marina Faleiros ouviu por diversas vezes de sua mãe durante a infância.

O conselho materno, que pode parecer difícil de ouvir, se assemelha à realidade de Antônia e de seus cinco irmãos quando crianças. Crescidos na zona rural de Serra Azul/MG e filhos de dona de casa e de trabalhador braçal, a família vivia em situação de extrema privação e de restrição material. Antônia, por exemplo, já teve de trabalhar no canavial quando adolescente. Hoje, Antônia Marina Faleiros é juíza da 1ª vara Criminal de Lauro de Freitas/BA.

“No início, eu sequer imaginava a possibilidade de ser juíza”, relatou. Depois de terminar o ensino médio, Antônia pegou do lixo apostilas preparatórias de concursos e, aos 20 anos, prestou seu primeiro concurso para oficial de Justiça. Foi ali que começou a vislumbrar novos horizontes: “a decisão da magistratura vem nessa sequência de concursos”.

Até a aprovação, Antônia conta como era sua rotina: “eu trabalhava como doméstica em Belo Horizonte. Sempre estudei e trabalhei. Estudava nos horários de almoço e também no trajeto de ônibus”.

Apesar de vencer os obstáculos, a juíza afirma categoricamente: “Não me considero e não me coloco como exemplo de meritocracia (…) Comparar desiguais resulta em desigualdades e injustiças”. Para ela, sua história pode servir de inspiração, mas não de parâmetro para ações sociais.

Migalhas


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