O ex-ministro Sergio Moro fez sua estreia no setor privado com um parecer contratado pelo magnata israelense Benjamin Steinmetz, empresário que já foi investigado por corrupção.
Benjamin quer provar que a mineradora Vale sabia dos riscos do contrato de exploração da mina em Simandou, na Guiné, quando fechou o negócio com sua empresa em 2010.
O empresário reuniu um rol de supostas provas na tentativa de provar que a mineradora teria mentido ao Tribunal arbitral em Londres, onde conseguiu uma sentença favorável de 2 bilhões de dólares contra o israelense.
Bejamin já foi alvo de investigação por corrupção e lavagem de dinheiro em Israel, Suíça, Estados Unidos e na própria Guiné. O magnata chegou a ser preso provisoriamente e nega até hoje as acusações.
Além de Moro, o empresário também contratou o advogado Pedro Serrano, desafeto do ex-ministro.
Em seu parecer de 54 páginas com a data de 4 de novembro, que o jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, Moro afirma que “caso a investigação confirme os fatos apresentados pelo Consulente e não sejam apresentadas escusas idôneas pelos investigados, os executivos da Vale S/A teriam, em tese, prestado afirmações falsas e ocultado fraudulentamente do mercado e de seus acionistas as reais condições do negócio celebrado com a BSGR acerca dos direitos de exploração sobre Simandou e sobre os motivos da rescisão posterior”.
O parecer, assinado por Moro, tem o papel timbrado do escritório Wolff Moro, de sua esposa Rosangela Wolff Moro. Tanto o parecer de Moro, quanto o de Serrano, têm ressalvas, visto que foram elaboradas por informações passadas pelo contratante e que precisam ser comprovadas.
Carta Capital