| 5 agosto, 2020 - 09:25

‘Me sinto suja’, diz advogada que foi filmada e exposta enquanto fazia ioga

 

A advogada Mariana Maduro, de 33 anos, encontrou na ioga uma válvula de escape quando identificou os primeiros sinais de depressão durante a pandemia . A rotina de ir à Lagoa com as amigas praticar a atividade aos fins de semana ajudava-a a lidar com o medo de perder os pais, médicos, para o novo coronavírus. Tudo isso acabou

A advogada Mariana Maduro, de 33 anos, encontrou na ioga uma válvula de escape quando identificou os primeiros sinais de depressão durante a pandemia . A rotina de ir à Lagoa com as amigas praticar a atividade aos fins de semana ajudava-a a lidar com o medo de perder os pais, médicos, para o novo coronavírus.

Reprodução

Tudo isso acabou nesta semana, quando dois homens , o empresário Ricardo Roriz e um ambulante conhecido como Celsão, resolveram filmá-la sem o seu consentimento , fazendo gestos obscenos e expondo o corpo da vítima nas redes sociais.

— Ela está plantando bananeira? Vê, vê, vê  — diz Celsão.
— Celsão, você fica disfarçando. Vai botar a água ali e ficar fingindo. Celsão, você não vale p**** nenhuma. Olha lá, o que é um velho tarado. (…) Celsão, você é o maior ‘voyeur’  — responde Roriz, enquanto filma as mulheres se exercitando.
— Eu gosto pra ‘blau blau blau’  — afirmou Celsão, simulando masturbação.

Roriz é dono de uma loja de artigos militares em Copacabana e já chegou a ter mais de 300 mil seguidores na página da loja no Instagram, onde publicou as imagens de Mariana. Na perna, ele tem tatuagens do presidente Jair Bolsonaro e da PM, mas, de acordo com a delegada Valéria Aragão, titular da 12ª DP, que investiga o caso, é apenas um admirador sem nenhum vínculo com a instituição.

Há pouco mais de uma semana, ele foi filmado invadindo uma área de isolamento da Vista Chinesa, desrespeitando os guardas e reclamando das medidas de prevenção contra o coronavírus. O homem publicou vídeos sobre o episódio em sua própria rede social. O conteúdo, assim como o que expunha Mariana, foi excluído após a repercussão.

As imagens viralizaram, Mariana foi avisada por amigos e denunciou os dois homens à polícia , mas garante que, mesmo sem ter cometido qualquer crime, já está cumprindo sua própria pena. Além das crises de choro e das noites mal dormidas, ela diz que nunca mais quer fazer ioga, pois agora associa o exercício à violência que sofreu.

“Eu virei um filme pornô , do dia para a noite, para as pessoas usarem quando elas quiserem. Isso é muito bizarro. Eu não sou isso, eu não optei por isso. Eu nunca mais vou fazer minha prática de ioga, porque eu nunca mais vou voltar a pensar que minhas pernas estão para o ar num movimento bonito, vou pensar num idiota qualquer se masturbando. É muito triste que as pessoas façam isso com outras sem nenhum tipo de pudor ou remorso”, desabafou ao G1.

G1


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