O procurador-geral da República, Augusto Aras, perdeu a compostura em sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal, nesta sexta-feira, 31, e acusou diretamente os colegas conselheiros de produzirem fake news contra ele e sua família.
O procurador-geral foi alvo de fortes críticas de quatro conselheiros por conta de seus ataques recentes à Operação Lava Jato. Em carta pública lida na sessão, os procuradores se disseram “perplexos” com Augusto Aras. Leia a íntegra aqui.
Em resposta às críticas que recebeu, o procurador-geral partiu para o ataque e acusou os investigadores que o criticaram de fazer “com que a casa perdesse R$ 1 bilhão nas gestões anteriores”. No meio de expressões acalorados, ele afirmou: “Não me venha Satanás pregando quaresma, vamos manter o respeito e a dignidade que a carreira exige de nós”.
Aras acusou procuradores presentes, que assinam a carta, de serem fontes de jornalistas que fazem reportagens sobre sua gestão. Citou nominalmente Nicolao Dino e Luiza Frischeinsen.
O procurador-geral ainda fez críticas à imprensa que, na sua avaliação, “vive a babar por sangue de reputações”, e aproveitou para afirmar que não via autoridades em seus acusadores.
Aras tem feito duros ataques à Lava Jato, afirmando que força-tarefa de Curitiba funciona como uma “caixa de segredos” e tem oito vezes mais dados armazenados que todo o resto do Ministério Público Federal. Ele defende uma “correção de rumos” na Lava Jato.
Enquanto elevava o tom de voz em alguns momentos, o procurador-geral afirmou que as declarações que fez sobre a força-tarefa foram pautadas “em fatos e provas, que se encontram sob investigação da corregedoria-geral e no próprio Conselho Nacional do MP”.
Aras terminou sua fala de forma abrupta, sem ouvir os respostas dos colegas. Uma nova sessão do Conselho ocorrerá na semana que vem.
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