| 26 maio, 2020 - 08:12

Roberto Barroso toma posse no TSE e manda recados a Bolsonaro em discurso

 

O ministro Luís Roberto Barroso, 62 anos, assumiu nesta 2ª feira (25.mai.2020) o cargo de presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que organiza as eleições. Em seu discurso de posse (leia a íntegra, 176 Kb) mandou diversos recados ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que acompanhava a cerimônia por videoconferência e não falou. Também foi empossado

O ministro Luís Roberto Barroso, 62 anos, assumiu nesta 2ª feira (25.mai.2020) o cargo de presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que organiza as eleições. Em seu discurso de posse (leia a íntegra, 176 Kb) mandou diversos recados ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que acompanhava a cerimônia por videoconferência e não falou.

Também foi empossado o vice, Edson Fachin, de mesma idade. Eles ficam à frente da Corte até 2022. Rosa Weber, 71 anos, deixou a presidência, que assumiu em 2018.

Estavam presentes no plenário Barroso, Fachin, Rosa Weber e Luis Felipe Salomão, também ministro da Corte. Além deles, só os funcionários que trabalharam na cerimônia.

Os 9 convidados da Mesa de Honra, incluindo Bolsonaro, participaram por meio do software de reuniões virtuais Zoom. A posse nessas condições é inédita na história do TSE.

É comum que esse tipo de evento seja disputado por políticos diversos, mas dessa vez a participação foi restrita. Por causa da pandemia, o Tribunal decidiu evitar promover aglomerações.

RECADOS DE BARROSO

“Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”, disse Barroso. Jair Bolsonaro defende que o acesso da população às armas seja facilitado. Na 6ª feira (22.mai.2020), foi divulgado vídeo de reunião ministerial em que esse foi 1 dos temas abordados pelo presidente da República.

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Foto: Sérgio Lima / Poder 360

Em outro recado claro ao comandante do Planalto, o agora presidente do TSE falou sobre a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal), Corte que ele também compõe. O Supremo é alvo constante de manifestações das quais Bolsonaro tem participado.

“Como qualquer instituição em uma democracia, o Supremo está sujeito à crítica pública e deve estar aberto ao sentimento da sociedade. Cabe lembrar, porém, que o ataque destrutivo às instituições a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las já nos trouxe duas longas ditadura na República. São feridas profundas da nossa história que ninguém há de querer reabrir. Precisamos de denominadores comuns e patrióticos. Pontes, e não muros. Diálogo em vez de confronto”, declarou o ministro.

Assista à íntegra da posse:

Há mais 1 ponto de contato entre esse trecho do discurso e a conduta de Bolsonaro: o presidente da República, sempre que pode, defende a ditadura militar que vigorou no Brasil do golpe de 1964 até 1985.

Nos atos que o chefe do Planalto frequenta já houve defesa de 1 novo AI-5 (Ato Institucional Número 5), baixado em 1968. Foi 1 marco no recrudescimento da ditadura.

“A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. Nela só não há lugar para intolerância, para a desonestidade e para a violência”, disse o ministro.

O ideólogo de parte dos integrantes do governo federal, Olavo de Carvalho, prega que há uma guerra cultural em curso e uma conspiração global contra os conservadores.

Poder 360


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