A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que abra uma investigação contra o juiz Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Assinada pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, a representação sustenta que o magistrado demonstrou conduta de caráter político-partidária — o que é proibido pela Lei Orgânica da Magistratura (Loman) — ao participar de vários atos com o presidente Jair Bolsonaro durante o fim de semana.
No sábado, junto a Bolsonaro e ao prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), Bretas participou de uma cerimônia de inauguração da alça que liga a ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. Ele se deslocou no carro oficial do presidente e permaneceu no palco do evento junto a autoridades da política.
Para a OAB, o juiz “não apenas participou de evento de natureza política — festa evangélica e inauguração de obra pública —, em manifesta afronta à vedação constitucional, como acompanhou a comitiva presidencial desde a chegada na cidade do Rio de Janeiro, publicando, ainda, postagens com manifestação e apreço nas redes sociais”.
No Instagram, Bretas publicou uma fotografia com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que participou dos eventos no Rio, e escreveu tratar-se de um “registro de sua admiração” pelo general.
Ao corregedor do CNJ, Humberto Martins, Santa Cruz pede que seja instaurado um processo administrativo disciplinar contra o magistrado.
Valor