
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai gastar mais de R$ 1,5 milhão em dois anos para manter uma sala VIP exclusiva para seus 27 ministros no aeroporto de Brasília. O espaço, com 44 m², piso de granito, copa e banheiros exclusivos, custará R$ 30 mil mensais, mais R$ 2,6 mil de rateio das despesas do aeroporto. A obra, orçada em R$ 85 mil, deve ser concluída em agosto e ficará ao lado de uma sala VIP aberta ao público mediante pagamento. Segundo o TST, a medida visa garantir a segurança e evitar aproximação de “pessoas inconvenientes”.
O contrato, válido até abril de 2027 e renovável, prevê que a sala seja utilizada exclusivamente nos embarques e desembarques das autoridades do tribunal. Além do aluguel, os valores não incluem mobiliário, alimentação e funcionários, que serão remanejados de outros contratos. A construção foi contratada sem licitação, sob justificativa de que o valor se enquadra no limite legal, e a empresa responsável é a mesma que administra outras salas VIP no aeroporto.
Além da sala, o TST contratou atendimento personalizado, com funcionário do aeroporto acompanhando os ministros por R$ 284 por serviço, com mínimo de 50 atendimentos mensais, inclusive em voos particulares. Também terão transporte privativo até o avião, ao custo de R$ 144 por deslocamento, evitando filas e o uso dos ônibus coletivos. O tribunal afirma que segue modelo do STF e STJ, que já possuem estruturas semelhantes no terminal.
O STF foi o primeiro a criar uma sala VIP exclusiva, em 2017, alegando riscos à segurança após a exposição dos ministros em julgamentos da Operação Lava Jato. Nessas áreas, o acesso aos aviões é feito diretamente, sem contato com outros passageiros. A Inframérica, concessionária do aeroporto, disse que não comenta contratos comerciais e não divulgou detalhes sobre o espaço.
O benefício se soma a outros recebidos pelos ministros do TST, que frequentemente recebem valores acima do teto constitucional de R$ 46,4 mil. Em dezembro, a remuneração líquida média foi de R$ 357 mil, já descontados impostos e encargos, segundo dados do CNJ. O maior pagamento chegou a R$ 419 mil em um único mês.
Com informações da Folha de S. Paulo