
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu nesta segunda-feira (26) abrir um inquérito para investigar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos supostos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
O início da investigação atende a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). O procurador-geral, Paulo Gonet, diz que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter cometido os crimes ao atuar, nos Estados Unidos, junto a autoridades estrangeiras, para que o governo Donald Trump aplique sanções contra o próprio Moraes.
“Em virtude de encontrar-se fora do território nacional, conforme requerido pela Procuradoria-Geral da República, defiro a possibilidade de que os esclarecimentos de Eduardo Bolsonaro sejam dados por escrito”, definiu o ministro.
O ministro ainda determinou que a Polícia Federal monitore e preserve o conteúdo publicado por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais que tenham relação com os possíveis crimes cometidos pelo deputado licenciado.
Jair Bolsonaro deve prestar depoimento sobre o caso em até dez dias. O ex-presidente será intimado por supostamente ser o principal beneficiado pelas condutas de Eduardo, além de possivelmente ser o responsável financeiro pela manutenção do filho em território americano.
Eduardo Bolsonaro deve se manifestar por escrito, e o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), também prestará depoimento para fornecer mais informações a respeito do caso. O petista pediu na última quinta-feira (22) à PGR a abertura da investigação sobre o caso.
A nova ofensiva se dá após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmar à Câmara dos Representantes que uma possível sanção contra Alexandre de Moraes está em estudo na Casa Branca.
Fonte: Folha de S. Paulo