“O prestígio de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião pública”, diz Luís Roberto Barroso, presidente do STF, em evento de OAB em Minas.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma espécie de mea-culpa sobre o papel da Suprema Corte em determinadas decisões, mas destacou que o avanço do populismo autoritário pelo mundo é um problema para o respeito às instituições.
“O Supremo não acerta sempre, nada que é humano é feito de 100% de acertos. Eu mesmo divirjo muitas vezes, outros colegas divergem, faz parte da vida a divergência e a crítica. É possível aceitá-la com humildade e prestar atenção à crítica”, afirmou durante um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) realizado nesta segunda-feira (27), em Belo Horizonte.
“Mas a crítica é diferente do comportamento destrutivo das instituições, é preciso conviver com a crítica com humildade, mas é preciso preservar as instituições com coragem e altivez”, completou.
O comentário de Barroso ocorre em um momento de enfrentamento entre o Supremo e o Congresso Nacional. Na semana passada, o Senado aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe o poder de decisões monocráticas, ou seja, tomadas solitariamente por um ministro.
Na ocasião, Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes saíram a público para dizer que o Tribunal não seria intimidado pelo Poder Legislativo.