
O homem cujas imagens sentado na cadeira do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) viralizaram durante os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023 foi condenado a 14 anos de cadeia.
Em meio à invasão dos prédios dos Três Poderes, Aildo Francisco Lima fez uma transmissão ao vivo em que se filmava e exibia o móvel do plenário da Corte, que acabou depredado pelos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Aildo foi sentenciado pelo cometimento de cinco crimes: abolição violenta do Estado democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado; deterioração do Patrimônio tombado e associação criminosa armada.
A defesa de Aildo contestou a veracidade do vídeo usado como prova no processo e argumentou que não correspondia à versão original da gravação. O próprio Aildo, porém, reconheceu a autoria do material, embora tenha negado qualquer postagem dele na web.
— Aê, pessoal, essa daqui é a cadeira do Xandão. Por, agora eu sou um ministro da Corte. Vamos lá, c* — disse ele, no vídeo.
Os ministros do STF concluíram nesta terça-feira os julgamentos da trama golpista e classificaram o momento como “histórico”. A Primeira Turma encerrou a análise das acusações contra o núcleo 2, conhecido como “núcleo estratégico”, com a condenação de cinco dos seis réus.
Para um ministro ouvido reservadamente, este foi “um dos poucos julgamentos no mundo envolvendo civis e militares em razão de uma trama golpista”. No entendimento deste magistrado, “o STF cumpriu o seu papel, e quando o faz, fica forte”.
Ao final da sessão de julgamentos, a ministra Cármen Lúcia fez uma fala em que destacou o papel do Supremo na defesa da democracia, apesar das críticas e das tentativas de constrangimento do tribunal. Segundo a ministra, o STF deu um testemunho de “empenho e dedicação à democracia”.
— O testemunho que fica do STF neste julgamento dos quatro núcleos, que eram determinantes porque eram núcleos cruciais, é um testemunho do nosso empenho e dedicação à democracia brasileira e ao compromisso com as competências que nos são atribuídas pela Constituição, e essa tarefa é indeclinável, irrenunciável — afirmou a ministra, que é a decana da Primeira Turma.
Fonte: InfoMoney