
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, recebeu um total bruto de R$ 307,9 mil em honorários advocatícios do órgão no mês de junho deste ano.
Após os descontos, o valor líquido depositado para o ministro foi de R$ 225.581,43 – o equivalente a pouco mais de 12 anos e um mês de salários mínimos. Apesar do pagamento ter sido depositado no começo de julho, as informações se tornaram públicas apenas ontem (2/9).
Verbas desse tipo são pagas a todos os integrantes das carreiras da AGU, não só a Messias. Em junho, o valor foi elevado pelo pagamento de “complementações de férias” retroativas a anos anteriores, desde 2016.
A primeira parcela desse pagamento retroativo foi em janeiro deste ano – na ocasião, Messias recebeu R$ 193 mil.
Ao todo, os integrantes da AGU receberam R$ 2,34 bilhões em honorários em junho, em valores brutos. O maior pagamento foi a Anísio Feliciano da Silva, no valor bruto de R$ 613.287,10.
Outros três servidores receberam acima de R$ 400 mil brutos: José Newton de Faria (R$ 421.262,84); Eden Hainzenreder Garibaldino (R$ 410.051,56) e Cleyton Ribeiro Júnior (R$ 406.422,76).
Mesmo recebendo esses honorários, Messias entende que são necessárias mudanças, segundo interlocutores.
Na segunda (1/9), o ministro enviou um ofício à entidade que administra nos honorários pedindo que não sejam criados novos retroativos, a não ser em caso de decisão judicial; e que o Conselho Superior da AGU seja consultado antes de se criarem novas verbas indenizatórias.
Os honorários advocatícios são verbas pagas pela parte perdedora ao advogado da parte vencedora num processo. No caso da AGU, sempre que a União ganha um processo, esses valores são depositados em nome de uma entidade privada, chamada Conselho Curador dos Honorários Advocatícios (CCHA).
É essa entidade que fica responsável por distribuir o montante entre os membros das carreiras da AGU.
Apesar do nome, a maior parte dos recursos que vão para o CCHA não é oriundo de ações judiciais, e sim dos encargos sociais da dívida ativa da União. Quando a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), vinculada à AGU, cobra um débito inscrito na dívida ativa, parte do valor vai para o CCHA.
É esse tipo de pagamento que têm puxado para cima dos repasses ao CCHA: no ano passado, esse Conselho recebeu R$ 3,7 bilhões. Em 2023, foram R$ 2,3 bilhões, e, em 2022, R$ 2,1 bilhões. O aumento está relacionado ao aumento dos acordos com os devedores.
Fonte: Metrópoles