
A juíza Juliana Benevides de Barros Araújo rejeitou o pedido de arquivamento da denúncia contra Marcius Melhem e determinou a continuidade do processo por assédio sexual. As audiências do caso foram agendadas para a primeira semana de agosto de 2025.
A magistrada da 20ª Vara Criminal do Rio de Janeiro discordou do entendimento do promotor Luís Augusto Soares de Andrade, do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que havia solicitado o encerramento do caso envolvendo o ator Marcius Melhem em 28 de maio de 2025.
“Diante de todos os indícios de autoria e materialidade juntados até o presente momento, há justa causa suficiente para o prosseguimento da ação”, escreveu a juíza em sua decisão. O promotor havia alegado “inexistência de justa causa para a presente demanda”. A apuração é do portal UOL.
O Ministério Público apresentou denúncia contra o ex-diretor de humor da TV Globo em agosto de 2023. Três mulheres –duas atrizes e uma editora de imagem– acusam Melhem de assédio sexual durante o período em que ele ocupava cargo de chefia na emissora. As denunciantes atuam como assistentes de acusação no processo.
Segundo as acusações, o ex-diretor utilizou sua posição hierárquica para se aproximar das mulheres “com a intenção de obter vantagem ou favorecimento sexual”. Os relatos indicam que ele se apresentava como “chefe protetor e amigo”, enquanto “avançava em investidas, fazendo piadas sexualizadas”.
As denunciantes incluíram capturas de tela de conversas pelo WhatsApp para fundamentar as acusações. Em uma das mensagens, Melhem escreveu: “Pagarei essa entrega com noites selvagens de sexo”, ao que uma das mulheres respondeu: “Cobrarei!”, seguido de um emoji de gargalhada. Na denúncia, as mulheres explicam que respondiam aos “constrangimentos” de forma “jocosa” para evitar prejuízos profissionais.
O promotor Andrade, em seu relatório, apontou o que considerou falhas na denúncia, como “inconsistência quanto ao período das supostas condutas”, “descrição genérica e trechos repetidos ao narrar fatos indiciados” e “trechos de conversas que, na verdade, afastam a tipicidade das condutas”.
O representante do Ministério Público também questionou as respostas das denunciantes às mensagens: “Não se pode conceber que uma vítima de assédio de cunho sexual responda a mensagens dessa natureza com símbolos de risos (kkkk) e figuras de coração ou assemelhadas, demonstrando afeto e carinho”.
O Poder360 entrou em contato com Marcius Melhem e com os representantes legais das vítimas, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Fonte: Poder 360