A juíza de Direito Alexandra Lamano Fernandes, de Cabreúva/SP, determinou a instauração de termo circunstanciado contra advogados que gravaram sessão plenária do Tribunal do Júri, contrariando uma ordem judicial. A gravação, inicialmente autorizada, foi posteriormente proibida após reconsideração da magistrada, motivada por uma nova manifestação do Ministério Público.
A defesa havia solicitado a gravação dos atos públicos da sessão do Júri. O promotor de Justiça Fauzi Hassan Choukr, em primeira manifestação, não se opôs ao pedido, desde que as gravações fossem utilizadas apenas dentro do devido processo legal.
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Diante disso, a juíza autorizou a gravação, impondo limites para evitar a captação de atos sigilosos, como a votação dos jurados.
No entanto, dias depois, a promotora de Justiça Gabriela Carvalho de Almeida Estephan solicitou a revogação da autorização para gravação. O órgão alegou que o registro de imagens e áudio poderia comprometer a segurança e a privacidade dos envolvidos, incluindo jurados e testemunhas, bem como configurar tratamento indevido de dados pessoais, com base na LGPD.
Diante dessa nova manifestação, a magistrada reconsiderou sua decisão e indeferiu a gravação. Apesar da proibição, os advogados de defesa seguiram com a gravação da sessão plenária.
A juíza, ao tomar conhecimento, determinou a instauração de um termo circunstanciado para apurar a conduta dos profissionais envolvidos.
Segundo o despacho, a medida visa esclarecer os fatos e, caso necessário, acionar a OAB para a devida análise.