Investigações da Polícia Federal sobre suspeitas de venda de sentença motivaram o afastamento de ao menos dez desembargadores de tribunais estaduais apenas neste ano. Foram seis no Mato Grosso do Sul, dois em Mato Grosso, um em São Paulo e outro no Tocantins. Nesta quinta-feira, a PF deflagrou uma operação para apurar suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Tribunal de Justiça de MS.
Por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cinco desembargadores da corte sul-matogressense foram afastados nesta quinta-feira. A decisão também proíbe o acesso deles às dependências de órgão público, veda comunicação com pessoas investigadas, além de terminar o uso de tornozeleira eletrônica.
Em março, o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul já havia afastado o desembargador Divoncir Schreiner Maran. Ele foi alvo de uma operação em fevereiro. A investigação teve início depois que ele concedeu um habeas corpus durante um plantão a um traficante do PCC que era também condenado por sequestrar um avião. Após a autorização para sair do presídio de segurança máxima de MS, ele rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu.
O desembargador chegou a voltar ao cargo em abril, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e logo em seguida se aposentou.
O Globo