Seria mais uma audiência na rotina diária da 9ª Vara do Trabalho de Natal. O processo em pauta tratava de um pedido de consignação em pagamento, feito pela Guanabara Empresa de Transporte Coletivo Ltda., em virtude do encerramento do contrato, por morte, de um de seus motoristas.
A motivação da Guanabara para apresentar esse pedido à Justiça do Trabalho foi a determinação da Vara de Família de Parnamirim, feita a pedido de uma ex-esposa e de uma herdeira menor do motorista, para que a empresa retivesse o pagamento da pensão por morte do empregado.
A ex-esposa do motorista que pleiteou o bloqueio participou, inicialmente, de uma audiência telepresencial, conduzida pela juíza Aline Fabiana Campos Pereira, e afirmou ser mãe de uma filha do ex-marido, Letícia, com idade de dez anos.
Durante a audiência, ela revelou, ainda, que o trabalhador possuía filhos de outros relacionamentos, todos maiores de 18 anos e uma outra filha, para a qual pagava uma pensão descontada em seu salário.
Diante dessa nova situação, a juíza determinou que a empresa juntasse ao processo cópia do ofício da Vara de Família de Parnamirim e agendou uma nova audiência de conciliação, a ser realizada com a presença de todos os supostos herdeiros do motorista falecido.
A equipe da 9ª Vara de Natal localizou e notificou os seis filhos e filhas do trabalhador que participaram de uma nova audiência, agora conduzida pela juíza do trabalho Lygia Godoy.
“Foi um encontro de muita emoção entre as irmãs de famílias diferentes, algumas até que não se conheciam e nós tivemos uma grata surpresa porque houve uma grande afinidade entre elas”, destaca a magistrada.
Para Vanessa da Silva Nascimento, de 24 anos, filha do segundo relacionamento do empregado, o encontro proporcionou conhecer as irmãs que ela nem sabia que existiam.
Já Marlete Alves, a mãe de Adriano e Ana Aline, que também participou da audiência, “tá tudo bem, somos unidos, a gente vai fazer uma coisa, combina uma com a outra”.
Andresa, a filha mais velha do motorista, revelou que sabia que tinha uma irmã. “A gente tinha o desejo de encontrar e já tínhamos procurado, mas sem sucesso. Hoje foi o dia da gente se encontrar e se conhecer”, comemorou.
Segundo a juíza Lygia Godoy, “as irmãs, que até então não se conheciam, terão um novo encontro, agora na casa da avó, mãe do motorista falecido, para festejar esse momento”.