Uma leitora do Blog do BG entrou em contato com o blog com uma grave denúncia sobre o processo seletivo para residência médica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Segundo a leitora, teria havido uma mudança de resultados feita pela Comperve, na qual a candidata teve sua classificação confirmada em um primeiro momento e em seguida perdeu o posto para outra pessoa, consequentemente ficando fora da seleção.
A denúncia de irregularidade feita pela médica Natassia Bocchese, teria ocorrido para vagas na área de Anestesiologia realizada no mês de janeiro. O processo que oferecia três vagas contava com algumas etapas, entre as quais prova objetiva e análise curricular. Na análise do currículo, o edital apontava os prazos e os formatos para envio de documentações comprobatórias de experiências profissionais, das quais os candidatos receberiam pontuação específica.
Após a análise curricular, Natassia, que é formada em Medicina pela Universidade Potiguar (UNP), ficou em 3 º no resultado final publicado em 27 de janeiro de 2022 e estava apta a se matricular a partir de 14 de fevereiro. Porém, o candidato que ficou em 4º lugar entrou com recurso na Justiça, após o prazo de homologação do resultado final, quando pelo edital já não seria possível recorrer, para que o seu currículo fosse reavaliado para uma pontuação maior.
Após análise da comissão do concurso, o pedido foi deferido parcialmente e segundo Natassia, a pontuação não iria alterar na classificação. Porém, a surpresa ocorreu em 8 de fevereiro, quando o resultado final foi republicado e houve mudança na 3ª colocação. Outro detalhe que chamou a atenção da denunciante é que o aluno que ficou com a vaga era formado em Medicina pela UFRN, o que seria um indício de favorecimento.
A médica afirmou que foi um grande susto ao ver a mudança no resultado final, pois já havia se desligado de escalas de empregos fixos em Natal, entregue apartamento e alugado um no interior onde começaria a residência no dia 1 de março. A mudança do resultado irá causar prejuízos financeiros e profissionais.
Após se sentir prejudicada, acionou a Justiça apresentando os documentos que fundamentam a denúncia. A juíza do caso também ouviu a UFRN que alegou não ter cometido erro, como também não teria embasamento legal o pedido para manter a matrícula da médica. O caso aguarda uma decisão nos próximos dias. Casos desse tipo, segundo Natassia, tem sido recorrente com outros colegas formados da UNP que também entraram na Justiça após terem sido desclassificados após o resultado final e terem conseguido através de liminar a manutenção na residência.