A atuação do promotor de Justiça João Milton Salles no Tribunal do Júri de Curitiba nesta terça-feira (19/10) acabou viralizando nas redes sociais e circulando em grupos de WhatsApp de advogados.
Ao fazer a sustentação oral em um caso de homicídio qualificado, o membro do Ministério Público não gostou de ser questionado pelo advogado Luis Gustavo Janiszewski sobre comentários que ele fez a respeito de uma advogada que participou do caso.
“Doutor. Só para entender. Agora o senhor vai falar mal dos profissionais e da defesa como um todo?”, questionou o advogado, acrescentando que estava começando a ficar ofendido.
O promotor então se exaltou: “Eu estou cagando se o senhor está se ofendendo”, esbravejou. O advogado comentou sobre as expressões usadas pelo promotor, que respondeu que aquele era mesmo o seu palavreado.
“Nesse papel de promotor e eu falo a língua dos destratados desses direitos individuais indisponíveis. E sou promotor há 24 anos e se eu falo um palavrão aqui… Tirando essa beca aqui eu uso a mesma roupa na rua. Dizer que a função do advogado é defender o cliente não é falar mal. É o que eu aprendi na faculdade”, disse.
O advogado disse que ele poderia ser mais ético e não ficar tentando jogar todos os jurados contra todos os advogados já que existem muitos promotores que andam precisando de advogados.
Por fim, o promotor discorreu sobre o princípio da ampla defesa e disse que a defesa tem um limite e defendeu a inclusão do crime de perjúrio em nosso ordenamento legal. “Isso é um entendimento tupiniquim do princípio da ampla defesa”, resumiu. O réu foi absolvido.
Conjur