Uma juíza se afastou de um processo que tramita na 3ª Vara do Trabalho de Curitiba depois que um advogado escreveu um xingamento supostamente direcionado a ela durante uma audiência virtual. O palavrão foi usado após a magistrada negar um pedido do defensor.
A suspeição da juíza substituta Edneia Carla Poganski Broch foi comunicada no processo na quinta-feira (8) – 17 dias após a realização da audiência onde ocorreu a ofensa.
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9) informa que o processo será conduzido por outro magistrado.
‘Quem é filha da p***, doutor?’
Em dado momento da videoconferência, o advogado Raphael Bueno Silva, que defende uma das empresas acionadas judicialmente por uma mulher, compartilhou uma foto de pessoas no entorno de uma mesa do que parece ser um café enquanto uma testemunha era ouvida.
O advogado questiona a amizade sobre o encontro, mas a juíza informa que a testemunha tinha explicado se tratar de uma reunião de trabalho.
“Excelência, gostaria que a senhora se atentasse que é um festa. Olha o fundo ali, tem um parquinho, piscina de bolinha”, retruca. A magistrada afirma que é comum encontro entre colegas fora do ambiente de trabalho e questiona se o advogado tem mais alguma pergunta.
“Então, Vossa Excelência vai indeferir a contradita [impugnação do depoimento da testemunha]? A foto fala mais do que qualquer pergunta”, responde o defensor.
A juíza rejeita o pedido dele por entender que uma foto, por si só, não comprova alegada amizade íntima. É nesse momento que o advogado deixa de compartilhar a foto e aparece na tela ele mandando a ofensa em uma conversa de WhatsApp.
“Doutor, o que o senhor escreveu aí? O senhor escreveu ‘que filha da p***’ . Quem é filha da p***, doutor?”, questiona a magistrada.
G1