Inseridos em um vídeo que viralizou nas mídias sociais, no fim de semana, os guardas municipais que foram humilhados pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, no litoral de Santos, receberam, nesta segunda-feira (20), medalhas de honra ao mérito.
Os dois personagens dessa história são Cícero Hilário, de 36 anos, e Roberto Guilhermino, de 41. Eles foram homenageados pela prefeitura e receberam apoio de milhares de internautas que assistiram ao vídeo.
O governo municipal reiterou apoio à conduta dos profissionais, conforme o Secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel, que participou da homenagem.
As imagens repercutiram durante o fim de semana e o caso foi comparado com a recente polêmica do “cidadão, não, engenheiro civil”, em que um casal humilhou um agente da Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro. Por mais que na pandemia as opiniões estejam divididas, a arrogância, a incivilidade, ofensas às pessoas e atos desumanos ainda são capazes de gerar comoção.
O desembargador Eduardo Siqueira se tornou assunto nacional após a divulgação do vídeo no qual se recusa a usar máscara na rua e ainda ofende os membros da guarda municipal que o abordam. Em determinado momento, ele se refere a um dos guardas como “analfabeto”. “Você vai ver com quem está se metendo”, ameaça.
Em seguida o homem telefona para o Secretário de Segurança Pública do município, Sérgio Del Bel, com quem reclama dos guardas. A multa foi emitida e o desembargador a amassa e a joga no chão.
Assim que esse vídeo espalhou-se ganhou repercussão, surgiu outro vídeo em que o desembargador reclama de outra ação de um guarda municipal e, em determinado momento, fala em francês.
Corregedoria
O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que, ao tomar conhecimento dos fatos, determinou imediata instauração de procedimento de apuração; requisitou a gravação original e anunciou que “ouvirá, com a máxima brevidade, os guardas civis e o magistrado”.
Em nota da assessoria de imprensa o TJSP ressalta que “não compactua com atitudes de desrespeito às leis, regramentos administrativos ou de ofensas às pessoas”.
Diário do Aço