O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira que, tão logo a Segunda Turma da Corte possa voltar a se reunir presencialmente, levará a julgamento o habeas corpus que pede o reconhecimento da suspeição do ministro da Justiça, Sergio Moro, como juiz da Operação Lava-Jato.
A petição é de autoria da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca anular as condenações impostas a ele por Moro, quando este era juiz em Curitiba.
O pedido foi ajuizado depois que o site The Intercept Brasil divulgou mensagens que sugerem ter havido um conluio do ex-magistrado e com o Ministério Público Federal, em especial com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato.
“Temos que decidir isso logo, mas eu não trouxe inicialmente em razão do afastamento do ministro Celso de Mello, pois haveria o debate sobre o favorecimento ao réu em eventual caso de empate. Agora que o ministro deve retornar, já estamos em um outro quadro, sem sessões presenciais”, disse o ministro em videoconferência com jornalistas do portal Jota.
Mello está afastado por razões médicas. Os ministros da Segunda Turma não estão se reunindo pessoalmente em função das medidas de isolamento social recomendadas para evitar a proliferação do novo coronavírus.
“Não sei quando voltaremos a ter sessões presenciais, mas, como é um tema que vai gerar debate, pretendo colocar isso para julgamento assim que nós voltarmos”, afirmou.
Valor